22 agosto 2008

Já falta pouco II

No seguimento do post anterior, nem a propósito, mais um exemplo do brilhantismo da sociedade americana em questões como a violência e o uso de armas de fogo.

Isto no mesmo dia em que se sabe que duas sedes de campanha de McCain foram alvo de encomendas potencialmente perigosas (o misterioso pó branco...). 

É a lógica do terror no seu melhor, a tentar perpetuar a dinastia republicana à custa de amedrontar os incautos.

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19 agosto 2008

Já falta pouco

Professores de escola no Texas vão poder andar armados

Um agrupamento escolar do Norte do Texas vai deixar os professores trazerem armas para a sala de aulas já a partir do próximo ano lectivo, este mês. Os responsáveis dizem que a escola Harrold Independent, um campus algo isolado com 110 alunos de diferentes níveis de ensino, será a primeira em todo o país a adoptar tal medida.

A decisão, diz o director deste agrupamento escolar, visa proteger o staff e os alunos no caso de algum ataque ao campus. "Se alguma coisa acontecer aqui, prefiro telefonar aos pais a dizer-lhes que as suas crianças estão bem e que nós conseguimos protegê-las", explicou David Thweatt, citado pelo site do jornal Fort Worth Star-Telegram. A comunidade de Harrold fica a 30 minutos de carro da esquadra de polícia mais próxima, argumenta.

Thweatt não acredita que trazer armas para a escola - para além dos professores, os funcionários também vão poder fazê-lo - aumente os riscos de violência. "Os tiroteios nas escolas começaram quando Washington transformou as escolas em zonas livres de armas. Porque é que devemos apregoar que há um grupo de pessoas que não tem como se defender?", questiona o responsável de Harrold.

Os professores que quiserem trazer as suas armas para as escolas têm de ter autorização para transportarem armas escondidas emitida pelo estado do Texas e terão de ser treinados para situações de crise.

Tiroteios recentes em escolas norte-americanas provocaram alguns apelos para os responsáveis escolares autorizarem estudantes e professores a usarem armas. O Congresso dos EUA proibiu as armas nas escolas de todo o país, mas o Supremo reverteu essa medida. Muitos estados proíbem - o Texas exige autorização das escolas.

(Algures no Público.)

Eu tinha achado estranho, logo no início do Bowling for Columbine, que eles lá no Texas oferecessem espingardas a quem abrisse uma conta num certo banco. Depois fui percebendo que essa cultura da insegurança vs. arma na mão é uma coisa quase genética lá para aqueles lados (porra, não pode ser por acaso que 9 em cada 10 filmes americanos têm cenas com armas). Portanto, também não é de estranhar que perante o histórico de massacres em escolas, perpetrados sobretudo por alunos, a resposta seja: armas para professores e funcionários. 

E repare-se no argumento: estão a 30Km da esquadra mais próxima, como se estar mais próximo de uma esquadra de polícia tivesse sido uma ajuda em outros casos conhecidos...

O mais grave é que são estes tipos que governam o mundo. Nados e criados nessa terra fértil em boçalidades destas.

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18 agosto 2008

Adeus férias. Olá Portugal

Empresário entregou chaves da empresa nas Finanças em protesto contra acção do Estado

Um empresário decidiu suspender o trabalho de uma fábrica têxtil da Covilhã e entregar as chaves nos serviços de Finanças, em protesto contra a acção do Estado, disse hoje o próprio à Agência Lusa.
O empresário António Lopes protesta contra o facto de a firma ser alvo de penhoras por dívidas ao fisco, mas ao mesmo tempo ter verbas bloqueadas e acesso à banca vedado devido ao atraso de decisões judiciais.
António Lopes reabriu a fábrica de fiação depois de a ter adquirido em Dezembro de 2005, num processo de insolvência no Tribunal da Covilhã, mas até hoje nunca houve trânsito em julgado da aquisição.

A recuperação da empresa "tem sido feita com capital próprio dos gerentes, porque sem o processo concluído, não temos acesso à banca", disse o empresário.

Por outro lado, "a Fiper depende do trânsito em julgado para boa cobrança de 388 mil euros de IVA, ao passo que as dívidas ao fisco são de 36 mil euros. É fácil fazer as contas", desabafou António Lopes.

Uma notificação de uma penhora, recebida no dia 06 de Agosto, foi a gota de água que fez transbordar o copo. "Temos dinheiro para a pagar, mas já chega de brincadeira", disse.

Simbolicamente António Lopes entregou as suas próprias chaves [da empresa] ao chefe da repartição de Finanças [da Covilhã] naquele dia. "Já não basta limitarem a nossa gestão, ainda nos querem levar o dinheiro que temos disponível. Se é assim, que venham gerir a fábrica", justificou.

"As chaves lá estão, a empresa está encerrada e os 48 trabalhadores estão de férias. É nossa intenção continuar assim que seja revogada a penhora", sublinhou.

António Lopes entende a situação da sua empresa como "um alerta" para o Governo.

"Não podemos com o nosso silêncio ser cúmplices do que consideramos ser a destruição das pequenas e médias empresas", afirmou.

"Num país onde 20 por cento dos empregados têm ordenados penhorados, mais de 200 mil empresas têm dívidas ao fisco e 50 mil empresários estão ou vão estar com processos crime, há que perguntar: 
temos um Governo ou uma comissão liquidatária?"
[...]

(No Público.)11.08.2008 - 17h18 Lusa

É o mesmo procedimento que está a ser aplicado à generalidade dos contribuintes. Passou-se do tempo em que a fuga era generalizada, mas era permitida toda a classe de desvios no pseudo-cumprimento (pagar dívidas ao fisco com acções de uma SAD sem valor real, lembram-se?), para um em que todo o cidadão é prevaricador e o que importa é cobrar, cobrar, cobrar sempre.

Os serviços definham, a sua falta de qualidade é atroz (veja-se as confusões com as cobranças de registos iguais por valores diferentes nas Conservatórias), e ainda assim estamos sempre a pagar mais.

Em boa verdade, começa a perceber-se por que é que a banca tem uma situação tão privilegiada em Portugal: no fundo, a banca é o exemplo que o Estado segue – menos e pior serviço, menor risco para o prestador, custos mais altos para o utilizador. E querem sempre mais.

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