Delícias da crueldade!
«Há os que escrevem para procurar os aplausos humanos, por meio de nobres qualidades que a imaginação inventa ou que até podem ter. Eu não, uso o meu génio para pintar as delícias da crueldade!
Delícias que não são passageiras, artificiais, mas que começaram com o homem e com ele acabarão. Não poderá o génio aliar-se à crueldade nas secretas resoluções da Providência? Ou não poderá ter génio quem é cruel? Ver-se-á a prova do que digo; basta que me escutem, se quiserem… Desculpem, parecia-me que os meus cabelos se tinham posto em pé; mas não foi nada, porque com as minhas mãos consegui facilmente fazê-los voltar à primitiva posição.
Aquele que canta não pretende que as suas narrativas sejam coisa desconhecida; pelo contrário, louva-se de que os pensamentos altivos e maus do seu herói estejam em todos os homens.»
(Lautréamont, 1983, Cantos de Maldoror, Lisboa, Fenda, p. 17, tradução de Pedro Támen)
Delícias que não são passageiras, artificiais, mas que começaram com o homem e com ele acabarão. Não poderá o génio aliar-se à crueldade nas secretas resoluções da Providência? Ou não poderá ter génio quem é cruel? Ver-se-á a prova do que digo; basta que me escutem, se quiserem… Desculpem, parecia-me que os meus cabelos se tinham posto em pé; mas não foi nada, porque com as minhas mãos consegui facilmente fazê-los voltar à primitiva posição.
Aquele que canta não pretende que as suas narrativas sejam coisa desconhecida; pelo contrário, louva-se de que os pensamentos altivos e maus do seu herói estejam em todos os homens.»
(Lautréamont, 1983, Cantos de Maldoror, Lisboa, Fenda, p. 17, tradução de Pedro Támen)
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