07 janeiro 2009

É oficial:

ESTOU EM RECESSÃO, CARALHO*

* Ou como custa pagar 8000 euros – que não tenho – ao fisco, supostamente por ter feito mais-valias na venda de uma casa. Casa que me custou 56000 euros, mais 36000 de obras. Mas como as obras foram feitas mais de 5 anos antes da declaração da venda, o que conta é o preço de aquisição. Ah, e como o fisco entende que a dita casa, que foi vendida por 112500 euros – não porque eu quisesse mas porque foi o que consegui –, valia 124500 euros, ainda tive de pagar mais. Ou seja, no meio desta merda toda, quem lucrou sem fazer a ponta de um caralho foi o Estado. Eu tive de trabalhar para poder ter um empréstimo para comprar a casa, trabalhar para pagar o empréstimo, trabalhar para pagar as obras e ainda tive de pagar para conseguir vender a casa quando fiquei sem emprego. Pois, e agora tive de pagar porque... é pá, porque o burro sou eu! Tudo consequências de ser filho de um bancário em vez de filho de um banqueiro, obviamente.

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6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Só tens de pagar mais-valias dois anos após a venda e só se não usares o dinheiro na aquisição de nova casa.

8/1/09 23:20  
Blogger Alvaro said...

Mas qual dinheiro?!

9/1/09 22:42  
Anonymous Anónimo said...

Eh pá, se vendeste a casa recebeste dinheiro. Esse dinheiro só é considerado mais-valias se não for usado para aquisição de nova habitação no período de dois anos após a venda.

9/1/09 23:11  
Blogger Alvaro said...

Sabes o que é um empréstimo? E comissões de venda, sabes? Então também sabes que quando se vende um bem que foi adquirido com um empréstimo, vulgo hipotecado, o dinheiro não é nosso, é de quem no-lo emprestou, não é? "Vendesses por mais", poderia ser a resposta. Certo. Houvera oferta mais alta e estava vendido. Mas a quem tem a corda na garganta é difícil fazer-se esquisito. Resumindo: só se pode aplicar o dinheiro que se tem. Se não se tem, como é que pode haver mais-valias? Se não se tem e se está desempregado, qual é o banco que te empresta dinheiro para poderes aplicar numa nova casa e não pagares mais-valias?

11/1/09 02:52  
Anonymous Anónimo said...

O que eu quis dizer foi que não tens de pagar nada a não ser ao fim de dois anos. Neste espaço de tempo, a tua vida pode mudar e conseguires uma situação que te permite um novo empréstimo para nova casa. Se não o conseguires, não ficas pior do que o que estás.

De qualquer modo, não percebo como dum empréstimo de 92000 euros (56000 + 36000, em que os bancos emprestam até cerca de 90% do valor) não ficas com dinheiro algum duma venda de 112500 euros.

Boa sorte para ti (e para mim, que estou numa situação idêntica).

11/1/09 17:29  
Blogger Alvaro said...

Então vou responder com números:

valor de aquisição = 56000 EUR
valor para obras = 36000 EUR
valor total (do empréstimo) = 92000 EUR
valor da venda = 112500 EUR
valor da avaliação Fisco = 124500 EUR
valor da comissão = 6000,00 EUR

O cálculo das mais-valias é feito sobre o valor da avaliação das finanças, porque é superior e assim dita o código do IRS. Pode-se sempre contestar o valor, pagando! (E antes de saber o resultado.)
Esta avaliação das finanças é muito posterior à venda, pelo que é impossível saber se a avaliação vai ou não ser superior ao valor da venda.
Neste caso, a diferença é de 12000 EUR, o que no final representa mais cerca de 2000 EUR de mais-valias, um roubo! Além do mais, esta avaliação das finanças é 10 vezes superior à avaliação anterior!!!

Posso dizer que o valor a pagar de mais-valias foi de 6000 EUR. Com 6000 EUR de comissão são 12000 EUR. Ainda achas que fiquei com dinheiro?

Claro, há 2 anos para reinvestir. E se a situação não permitir reinvestir, que foi o caso?

1. Por que motivo a avaliação é posterior (muito posterior aliás, mais de um ano após a venda)? Dessa forma não há qualquer referência para quem vende de quanto vai ter de pagar. E se contestar o valor ainda tem de pagar adiantado a nova avaliação. Se têm de roubar, ao menos que avisem, construindo tabelas de valores de referência acessíveis a qualquer um.

2. Por que raio é que o que se aplicou nas obras não é considerado se for aplicado num período superior a 5 anos antes da venda? Não contribuiu na mesma para a valorização do imóvel? Não foi um custo?

3. Onde está a justiça de a propriedade ser taxada na aquisição, no usufruto e na venda? O que acrescentou o Estado para arrecadar tal maquia? Afinal, fui eu que paguei tudo, fui eu que investi, fui eu que valorizei o investimento com o meu trabalho e fui eu que arranjei quem comprasse (paguei para me arranjarem, melhor dizendo).

13/1/09 21:42  

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