03 março 2010

Não é novo mas vale a pena relembrar

Há certas memórias que são tão curtas que tornam a comunicação sempre insuficiente.

The Crisis of Credit Visualized from Jonathan Jarvis on Vimeo.

The Short and Simple Story of the Credit Crisis.

Crisisofcredit.com

The goal of giving form to a complex situation like the credit crisis is to quickly supply the essence of the situation to those unfamiliar and uninitiated. This project was completed as part of my thesis work in the Media Design Program, a graduate studio at the Art Center College of Design in Pasadena, California.

For more on my broader thesis work exploring the use of new media to make sense of a increasingly complex world, visit jonathanjarvis.com.

Support the project and buy a T-Shirt! cafepress.com/crisisofcredit

© Copyright 2009 Jonathan Jarvis

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25 novembro 2009

Quantos lóbis para atacar a pirataria informática?



O Parlamento Europeu acaba de aprovar um pacote de medidas legislativas no âmbito das telecomunicações, entre as quais se incluem as polémicas normas que visam a regulação do corte da Internet como medida contra a pirataria na rede. No geral, estas normas seguem o princípio já tentado em França com a chamada lei Hadopi – entretanto revogada por ser inconstitucional –, segundo o qual quem faz downloads de conteúdos disponibilizados ilegalmente é um meliante da pior espécie e custa milhões de milhões à indústria do entretenimento audiovisual.

O que estas medidas procuram fazer é assustar o utilizador comum. No fundo, vão favorecer movimentos de procura e partilha camuflada (sem que seja possível identificar quer o conteúdo quer a identidade de quem o descarrega), bastante mais perigoso e, esse sim, verdadeiramente lesivo das multinacionais, na medida em que é usado para fins comerciais.

Vão perseguir uns quantos utilizadores, os mesmos que nunca comprarão CDs ou DVDs a 20 ou 25 euros, ou jogos a 60 euros, nem pagarão por uma televisão por cabo de má qualidade e com uma oferta ridícula.

E vão assustar uns quantos, é verdade. Ficará a ilusão de que a pirataria informática decresce devido a estas normas, quando, na verdade, elas só servem para manter o status quo da indústria, que muito lóbi tem feito, mas que é incapaz de abdicar de uma parte do seus lucros despudorados para tornar o acesso aos bens mais fácil, i.e., mais barato. O que, deve acrescentar-se, seria mais do que justo, na exacta medida em que a difusão por via digital só pode ter feito cair abruptamente os custos.

Espero que haja um movimento no sentido inverso, de uma parte significativa de criadores que abdiquem da indústria para se aproximarem de quem quer fruir em liberdade as suas obras, o que aliás já é possível observar em muitas áreas (o próprio movimento Open Source, no contexto do software, demonstra à exaustão que a distribuição gratuita não implica a morte da indústria, antes um aumento exponencial da criatividade e da inovação).

As empresas de telecomunicações, muitas delas também ligadas à produção de conteúdos, vêem-se duplamente favorecidas, na medida em que o facto de facilitarem (de certa forma até incentivarem – afinal o que são as happy hours e os downloads sem limites?) a partilha de conteúdos cada vez mais complexos (ficheiros de maior dimensão como filmes ou discografia), com as velocidades oferecidas sempre a crescerem, não é considerado como motivo do aumento da pirataria, nem são co-responsabilizadas sob a forma de taxas mais rigorosas.

Ou seja, no final das contas, temos uma indústria que luta a todo o custo para manter o seu quinhão, e que pouco ou nada faz para adequar o seu modelo comercial à realidade de um mundo exaurido (e que, apesar de tudo, ainda acredita que o capitalismo não é tudo). O modelo será sempre o de acumular mais, de chupar mais ao consumidor, E de tentar controlar ao pormenor o que se vê e o que se ouve.

quem acredite que a indústria está a fazer alguma coisa para mudar o cenário, e que estas normas são efectivas no sentido de desviarem os consumidores para serviços alternativos legais. Mas a miha questão é esta: serviços como a iTunes Music Store foram ou não bem sucedidos comercialmente, num contexto em que fazer downloads ilegais era a norma? E foi preciso cortar a internet a alguém para isso resultar? Então como é que resultou? Talvez porque a indústria abdicou do seu modelo tradicional e preferiu uma retribuição mais justa pelos suportes do que está a fazer no retalho analógico.

O modelo de distribuição de conteúdos culturais e de entretenimento tem de mudar, mas não é reprimindo primeiro que ele vai ter sucesso.

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17 setembro 2009

Raios me partam, e por H1N1?

Ao que parece, é mais provável um tipo morrer atingido por um raio do que por acção do H5N1, o famoso agente (lembram-se?) das gripe das aves. Então e por H1N1, será que é mais provável? A quem interessa afinal? Ao Donald Rumsfeld? Então mas a esse não era o petróleo ou a construção ou lá o que era? Não?

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07 julho 2009

(Ser) Constâncio é fixe

06 julho 2009

OFERECE-SE

Cidadão nascido no extremo oeste da península ibérica oferece-se para assumir cidadania de um país que não seja mesquinho, que não persiga os fracos para deixar passar os fortes, que não tire aos que pouco têm para que os que têm muito mais possam ter, que não lhe foda a cabeça!

Qualquer semelhança com a vontade, divulgada na imprensa nos últimos dias, de uma célebre pianista em abdicar da cidadania desse país no extremo oeste da península ibérica é pura coincidência. A verdade é que não suporto que me andem a chagar o juízo para provar que vivo com a minha mulher há mais de dois anos quando o mesmo Estado deixa os Dias Loureiros arrecadarem o deles como se nada fosse. E paga principescamente a Constâncio e sus muchachos para eles assobiarem para o lado quando algumas das maiores fraudes do nosso sistema financeiro são cometidas. E vou eu ter de perder horas de trabalho porque, pensa o Estado, eu sou um bandido, que só cá anda para enganar o Estado e fugir às suas obrigações fiscais. Eu. 
Como é que não há neste país mais gente a passar-se dos carretos? Esta gente não descansa enquanto não começar a haver mortos e feridos. Devem ter um manual como o das provas de aferição, em que diz assim: “Ide rubrica a rubrica descobrir onde podeis cobrar mais alguma coisa. Se ainda não assim não encontrardes, inventai.”

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18 maio 2009

Orgia dos dinheiros públicos


Luiz Carlos Prates, jornalista brasileiro do jornal Diário Catarinense, comentdor do Jornal do Almoço, da RBS TV de Florianópolis, e apresentador da rádio CBN Diário e da TVCOM. É formado em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

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16 maio 2009

Preguiça de mudar

Nada mais que a preguiça de mudar. É muito fácil apontar o dedo aos downloads ilegais na internet, mas nada se ouve ou sobre modelos de negócio gastos, géneros musicais que não formam novos públicos, novos consumidores, hábitos de audição completamente diferentes dos que existiam antes, até em 2000.
É impossível comparar números de realidades tão distintas. E, sobretudo, é absurdo que não se pergunte às editoras por que é que o preço dos CDs de música não baixou com o passar dos anos, se os sistemas de produção e a matéria prima decaíram significativamente.
Não passam de um bando a tentar guardar a galinha dos ovos de ouro. E enganam-se se pensam que a vão guardar à custa de leis repressivas e reaccionárias, limitadoras da liberdade individual. Vão ter de cortar nas gordurinhas dos vossos negócios e pensar em ganhar dinheiro de forma mais “justa”.
Custa ter de pensar nisso, não custa?
Uma outra ideia: em vez de pedirem aos governos que endureçam as leis, por que é que não exigem que os cidadãos sejam mais bem pagos, para poderem consumir mais os vossos produtos?

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08 maio 2009

A cor do dinheiro

Ou o cheiro do dinheiro, desde que se lhe siga o rasto: 30 mil milhões de euros é a estimativa do que em Portugal foge ao registo das finanças a coberto do sigilo bancário, ficando assim isento de qualquer taxa. Ou seja, em contas de merceeiro, são 3 mil euros por cada português. Ou seja, aqui em casa são 9 mil euros por ano.

Meus amigos: se eu tivesse 9 mil euros escondidos do fisco estava todo contente, não por estarem escondidos mas por estarem na minha conta e poder usufruir deles. Mas se eu não os tenho alguém os tem. Quem será?

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06 maio 2009

E se tudo não passasse de uma grande teoria da conspiração?

Era suposto que os acontecimentos – a chamada “realidade” – divergissem do modelo que procura explicá-los? Ou que houvesse teorias mais simples e poupadas. Não?

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15 abril 2009

Isto tem de acabar!

Isto tem de acabar e estas coisas têm de ser divulgadas até à exaustão: não é possível que andemos a perder tempo e a extorquir aos mais indefesos, precários e com rendimentos médios e baixos – e, ao mesmo tempo, deixamos prescrever cobranças de milhões de euros aos bancos e a empresas financeiras de lucros astronómicos (isto apesar de grande parte deles serem os principais responsáveis pela crise que atravessamos). Ainda para mais, anda-se a multar os recibos verdes por não entregarem informação que, de qualquer maneira, o fisco já tem. Seria ridículo se não fosse degradante, criminoso mesmo.

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07 janeiro 2009

É oficial:

ESTOU EM RECESSÃO, CARALHO*

* Ou como custa pagar 8000 euros – que não tenho – ao fisco, supostamente por ter feito mais-valias na venda de uma casa. Casa que me custou 56000 euros, mais 36000 de obras. Mas como as obras foram feitas mais de 5 anos antes da declaração da venda, o que conta é o preço de aquisição. Ah, e como o fisco entende que a dita casa, que foi vendida por 112500 euros – não porque eu quisesse mas porque foi o que consegui –, valia 124500 euros, ainda tive de pagar mais. Ou seja, no meio desta merda toda, quem lucrou sem fazer a ponta de um caralho foi o Estado. Eu tive de trabalhar para poder ter um empréstimo para comprar a casa, trabalhar para pagar o empréstimo, trabalhar para pagar as obras e ainda tive de pagar para conseguir vender a casa quando fiquei sem emprego. Pois, e agora tive de pagar porque... é pá, porque o burro sou eu! Tudo consequências de ser filho de um bancário em vez de filho de um banqueiro, obviamente.

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28 outubro 2008

A vida está má

Ai está, está. Já nem o Santander Totta chega aos 400 milhões de lucro, imagine-se. Está bem que ainda só estamos em Outubro, mas o melhor, se calhar, é baixar um bocadinho mais o IRC dos bancos e aumentar os PECs às pequenas empresas. Assim como assim, precisamos de bancos fortes, com accionistas de bolsos recheados, para haver dinheiro para investir nos grandes projectos estruturantes do país. Pequenas empresas, que é isso? Se são pequenas não podem ser grande coisa, não é verdade?

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10 outubro 2008

Por que é que te calas?

Chegou-me por e-mail, pediam para divulgar e eu aceito o pedido:

ESTES SIM ... SÃO PRÉMIOS !!!

Fernando Nogueira:
Antes -Ministro da Presidência, Justiça e Defesa
Agora - Presidente do BCP Angola

José de Oliveira e Costa:
Antes -Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais
Agora -Presidente do Banco Português de Negócios (BPN)

Rui Machete:
Antes - Ministro dos Assuntos Sociais
Agora - Presidente do Conselho Superior do BPN; Presidente do Conselho Executivo da FLAD

Armando Vara:
Antes - Ministro adjunto do Primeiro Ministro
Agora - Vice-Presidente do BCP

Paulo Teixeira Pinto:
Antes - Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros
Agora - Presidente do BCP (Ex. - Depois de 3 anos de 'trabalho', saiu com 10 milhões de indemnização!!! e mais 35.000 EUR x 15 meses por ano até morrer...)

António Vitorino:
Antes - Ministro da Presidência e da Defesa
Agora - Vice-Presidente da PT Internacional; Presidente da Assembleia Geral do Santander Totta (e ainda umas 'patacas' como comentador RTP)

Celeste Cardona:
Antes - Ministra da Justiça
Agora - Vogal do CA da CGD

José Silveira Godinho:
Antes - Secretário de Estado das Finanças
Agora - Administrador do BES

João de Deus Pinheiro:
Antes - Ministro da Educação e Negócios Estrangeiros
Agora - Vogal do CA do Banco Privado Português.

Elias da Costa:
Antes - Secretário de Estado da Construção e Habitação -
Agora - Vogal do CA do BES

Ferreira do Amaral:
Antes - Ministro das Obras Públicas (que entregou todas as pontes a jusante de Vila Franca de Xira à Lusoponte)
Agora - Presidente da Lusoponte, com quem se tem de renegociar o contrato.

Etc.

O que é isto? Não, não é a América Latina, nem Angola.
É Portugal no seu esplendor.

Cunha? Gamanço?

... e depois este ESTADO até quer que se declarem as prendas de casamento e o seu valor.

Já é tempo de parar! Não te cales, DENUNCIA!

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18 agosto 2008

Adeus férias. Olá Portugal

Empresário entregou chaves da empresa nas Finanças em protesto contra acção do Estado

Um empresário decidiu suspender o trabalho de uma fábrica têxtil da Covilhã e entregar as chaves nos serviços de Finanças, em protesto contra a acção do Estado, disse hoje o próprio à Agência Lusa.
O empresário António Lopes protesta contra o facto de a firma ser alvo de penhoras por dívidas ao fisco, mas ao mesmo tempo ter verbas bloqueadas e acesso à banca vedado devido ao atraso de decisões judiciais.
António Lopes reabriu a fábrica de fiação depois de a ter adquirido em Dezembro de 2005, num processo de insolvência no Tribunal da Covilhã, mas até hoje nunca houve trânsito em julgado da aquisição.

A recuperação da empresa "tem sido feita com capital próprio dos gerentes, porque sem o processo concluído, não temos acesso à banca", disse o empresário.

Por outro lado, "a Fiper depende do trânsito em julgado para boa cobrança de 388 mil euros de IVA, ao passo que as dívidas ao fisco são de 36 mil euros. É fácil fazer as contas", desabafou António Lopes.

Uma notificação de uma penhora, recebida no dia 06 de Agosto, foi a gota de água que fez transbordar o copo. "Temos dinheiro para a pagar, mas já chega de brincadeira", disse.

Simbolicamente António Lopes entregou as suas próprias chaves [da empresa] ao chefe da repartição de Finanças [da Covilhã] naquele dia. "Já não basta limitarem a nossa gestão, ainda nos querem levar o dinheiro que temos disponível. Se é assim, que venham gerir a fábrica", justificou.

"As chaves lá estão, a empresa está encerrada e os 48 trabalhadores estão de férias. É nossa intenção continuar assim que seja revogada a penhora", sublinhou.

António Lopes entende a situação da sua empresa como "um alerta" para o Governo.

"Não podemos com o nosso silêncio ser cúmplices do que consideramos ser a destruição das pequenas e médias empresas", afirmou.

"Num país onde 20 por cento dos empregados têm ordenados penhorados, mais de 200 mil empresas têm dívidas ao fisco e 50 mil empresários estão ou vão estar com processos crime, há que perguntar: 
temos um Governo ou uma comissão liquidatária?"
[...]

(No Público.)11.08.2008 - 17h18 Lusa

É o mesmo procedimento que está a ser aplicado à generalidade dos contribuintes. Passou-se do tempo em que a fuga era generalizada, mas era permitida toda a classe de desvios no pseudo-cumprimento (pagar dívidas ao fisco com acções de uma SAD sem valor real, lembram-se?), para um em que todo o cidadão é prevaricador e o que importa é cobrar, cobrar, cobrar sempre.

Os serviços definham, a sua falta de qualidade é atroz (veja-se as confusões com as cobranças de registos iguais por valores diferentes nas Conservatórias), e ainda assim estamos sempre a pagar mais.

Em boa verdade, começa a perceber-se por que é que a banca tem uma situação tão privilegiada em Portugal: no fundo, a banca é o exemplo que o Estado segue – menos e pior serviço, menor risco para o prestador, custos mais altos para o utilizador. E querem sempre mais.

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