03 fevereiro 2007

Malaparte

«Quando se aproximavam os camisas negras, guardas vermelhos, chefes socialistas, secretários de sindicatos, organizadores de greves, fugiam para o campo, refugiavam-se nos bosques. Esta caça ao homem sem trompa e sem gritos, prosseguia rumo à alvorada, feroz, implacável. Por vezes era a população inteira de qualquer aldeia onde um fascista fora assassinado que se punha em fuga. As tropas de assalto encontravam as casas vazias, as ruas desertas, um cadáver, de camisa negra, estendido no pavimento.»

(Curzio Malaparte, citado por Alfredo Margarido no prefácio a Tempo de Guerra, de Vasco Pratolini, 1961, Lisboa, Arcádia)

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