Antes Mudo que Gago
«[…] "O número de profissionais que sai dos cursos superiores todos os anos para o mercado de trabalho não chega e são todos absorvidos pelo mercado”, disse o ministro à Renascença.
O ministro reconhece no entanto que o emprego encontrado fica muitas vezes aquém das expectativas: “É verdade que muitas vezes, e muitos jovens sentem isso, o primeiro emprego não é aquele que gostariam de ter”, ressalvou, frisando logo de seguida que, “ao fim de um ano de saídas do ensino superior”, não existe “ninguém desempregado” […]»
(Públlico, 2008.04.03)
E eu que até julgava que o Gago era dos que inventavam menos. Porra, como é que se há de governar um país se não se (a)percebe absolutamente nada da realidade concreta de quem nele vive? Isto faz lembrar uma série de televisão célebre quando eu era menino. Esqueceram-se foi de nos avisar: live before a studio audience. Ou então, como diz a senhora doutora deputada Ana Gomes, é só um caso de humor negro.
Etiquetas: humor, política, vergonha, wonderland
2 Comments:
Um governo desligado da realidade e encerrado sobre si próprio, como anda o que temos, normalmente significa o fim próximo e merecido.
O problema é: qual a alternativa?
Por mim, só vejo abster-me ou votar em branco ou nulo, o que reconheço não conduz a alternativa nenhuma.
A alternativa passará, imagino eu, por quem advoga uma mudança de sistema. É claro que, dito assim, parece coisa fácil, quando na verdade esse será talvez o maior dilema dos nossos dias: como parar uma máquina brutal que tem engolido tudo à sua frente?
A política de mãos dadas com um sistema económico que, já se viu, é responsável pelo aumento da comodidade de uma certa fatia da população, mas à custa de atropelos ao ambiente, à cidadania, ao próprio conceito de civilização e de comunidade, é algo que deve, para bem da humanidade, acabar no mais curto espaço de tempo. O risco é todo o sistema desabar e deixar sem soluções as gerações que hão-de viver as próximas décadas.
A crise energética, aliada à enorme crise social, vão ser factores de erupção de conflitos à escala global. Conflitos graves e que estamos a escamotear de forma criminosa. Só porque convém a alguns, aos detentores da riqueza do mundo, que se continue a acenar com um paraíso artificial que, cada vez mais, não passa de uma miragem.
A verdade não ganha eleições, não garante nomeações, não dá pensões chorudas.
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