Lá no Céu, cá na Terra
Há uns dias estendi aqui a crítica à posição da Igreja Católica, na voz do seu cardeal, em relação à promoção da educação sexual no sentido da castidade, no contexto da discussão sobre a IVG e o referendo de 11 de Fevereiro.
Hoje remeto para a notícia, novamente do Público, sobre a posição do Padre Manuel Costa Pinto, de Viseu, que afirma peremptoriamente votar sim no próximo domingo por ser a única forma de evitar «o verdadeiro infanticídio» a que a lei actual obriga.
Manuel Costa Pinto esteve suspenso durante 17 anos (!) por ter defendido o fim do celibato dos sacerdotes há mais de 30 anos. Pela descrição, parece ser um homem próximo da realidade da vida, da dureza das opções que muitas mulheres e homens são obrigados a tomar. E, ao contrário de muitos defensores do sim, tem um discurso que faz sentido para todos os que estão sujeitos a essas decisões, que vai ao essencial:
– preferimos manter o aborto ilegal e clandestino e, ao mesmo tempo, condenar muitas crianças ao abandono e à morte, física e/ou emocional, e mulheres e famílias à vergonha e à dor?
– ou preferimos criar condições para que as situações sejam acompanhadas sem medos e sem perseguições, oferecendo alternativas que protegem mãe e pai na sua decisão e que, portanto, protegerão sempre a criança que eventualmente venham a desejar?
Não quero com isto estar fazer a apologia do populismo, tão caro aos dogmatismos, mas expressar a minha preocupação por não haver uma focalização nos aspectos essenciais do que está em discussão. Se do lado do não isso me parece quase natural – e não espanta, mesmo que repugne –, já que todas as armas contam para quem quer conservar o seu poder superior sobre os demais, já do outro lado me faz pensar sobre os objectivos e a mobilização de quem defende o sim.
A notícia completa aqui no Público.
Hoje remeto para a notícia, novamente do Público, sobre a posição do Padre Manuel Costa Pinto, de Viseu, que afirma peremptoriamente votar sim no próximo domingo por ser a única forma de evitar «o verdadeiro infanticídio» a que a lei actual obriga.
Manuel Costa Pinto esteve suspenso durante 17 anos (!) por ter defendido o fim do celibato dos sacerdotes há mais de 30 anos. Pela descrição, parece ser um homem próximo da realidade da vida, da dureza das opções que muitas mulheres e homens são obrigados a tomar. E, ao contrário de muitos defensores do sim, tem um discurso que faz sentido para todos os que estão sujeitos a essas decisões, que vai ao essencial:
– preferimos manter o aborto ilegal e clandestino e, ao mesmo tempo, condenar muitas crianças ao abandono e à morte, física e/ou emocional, e mulheres e famílias à vergonha e à dor?
– ou preferimos criar condições para que as situações sejam acompanhadas sem medos e sem perseguições, oferecendo alternativas que protegem mãe e pai na sua decisão e que, portanto, protegerão sempre a criança que eventualmente venham a desejar?
Não quero com isto estar fazer a apologia do populismo, tão caro aos dogmatismos, mas expressar a minha preocupação por não haver uma focalização nos aspectos essenciais do que está em discussão. Se do lado do não isso me parece quase natural – e não espanta, mesmo que repugne –, já que todas as armas contam para quem quer conservar o seu poder superior sobre os demais, já do outro lado me faz pensar sobre os objectivos e a mobilização de quem defende o sim.
A notícia completa aqui no Público.
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