04 maio 2009

Morreu o Vasco Granja

Vou sentir falta daquela sensibilidade para a diferença, para o novo, expressa de forma simples, amável. Sem ponta de pedantismo, até demasiado anónimo, talvez. A última vez que o vi não foi na tv, não era de animação que se tratava. Foi na rua, numa comemoração do 25 de Abril, creio. Lá estava, anónimo. E eu senti uma vontade enorme de me chegar ao pé dele e dizer-lhe: obrigado Vasco Granja. Obrigado por aqueles momentos estranhos em que figuras de plasticina dançavam ao som de ruídos incaracterísticos (música de vanguarda, certamente), ou aparas de lápis ou simplesmente riscos. Mas não fui. Achei, na altura, que deveria respeitar esse anonimato. Ou então tive vergonha. Hoje arrependo-me. Deveria ter lá ido. Deveria ter-lhe tocado como se tocasse num avô, que nos ensinam as coisas mais estranhas ao lado das mais comuns. Que nos fazem rir. Obrigado Vasco Granja.



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