28 novembro 2007
26 novembro 2007
Mote
Falava apenas com palavras sem acento. Jamais se enganava. Jamais deixava aquele tom uniforme. Nem altos nem baixos. Nem picos nem quedas abruptas. Havia muito que eliminara as teclas ociosas do seu teclado. Os sons que cessara de emitir perdera-os num registo empoeirado, algures nos confins da sua biografia.
Sempre invejara aquela tipografia perfeitamente alinhada dos textos estrangeiros. Ficavam bem arrumadas as palavras. E todas juntas iam construindo uma rara harmonia entre forma e sentido.
Mas estava impossibilitado de falar de si. De dizer o seu nome. De o escrever. Nome velho. Esquecido como as letras acentuadas de que era dito. Tanto que desapareceu como as outras palavras que diziam dos demais, palavras que chamavam, palavras que ofereciam. Algumas que magoavam, ou que feriam de morte.
Sempre invejara aquela tipografia perfeitamente alinhada dos textos estrangeiros. Ficavam bem arrumadas as palavras. E todas juntas iam construindo uma rara harmonia entre forma e sentido.
Mas estava impossibilitado de falar de si. De dizer o seu nome. De o escrever. Nome velho. Esquecido como as letras acentuadas de que era dito. Tanto que desapareceu como as outras palavras que diziam dos demais, palavras que chamavam, palavras que ofereciam. Algumas que magoavam, ou que feriam de morte.
15 novembro 2007
08 novembro 2007
O meu cinzeiro azul
Quem também está de parabéns é o Henrique Fialho, pela publicação de mais uma obra, agora pela Canto Escuro, com o título O meu cinzeiro azul.
Comprometi-me a fazer o meu comentário logo que conseguisse voltar aos textos d'O meu cinzeiro azul. Mas como prevejo que não seja assim tão em breve, fica a divulgação sumária.
Feliz cumpleaños
Fernando Sorrentino completa, hoje mesmo, 65 anos e inaugurou o seu website www.fernandosorrentino.com.ar há poucos dias. Está, pois, duplamente de parabéns.
Deste lado do Atlântico, um grande abraço, Fernando. E feliz cumpleaños.
Vocabulário do dia-a-dia
Gruta, forno ardiloso entre membranas inferiores; mina entreluscapusada mas paradisíaca na crusta humana; centro de encontro dos escuteiros do prazer.
(Definição retirada do Quotidicionário de A. Pais Dias)