28 dezembro 2005

CSI


Utilizando técnicas extremamente avançadas, consegui reproduzir a possível evolução da folha daquela árvore. Quem me ajuda a descobrir-lhe o nome?

O espírito da quadra

«Se a quadra fosse para ser feliz, tê-la-iam posto no Verão.»
(Ivan, 21.12.2005 em a-praia.blogspot.com)

26 dezembro 2005

Delícias da crueldade!

«Há os que escrevem para procurar os aplausos humanos, por meio de nobres qualidades que a imaginação inventa ou que até podem ter. Eu não, uso o meu génio para pintar as delícias da crueldade!
Delícias que não são passageiras, artificiais, mas que começaram com o homem e com ele acabarão. Não poderá o génio aliar-se à crueldade nas secretas resoluções da Providência? Ou não poderá ter génio quem é cruel? Ver-se-á a prova do que digo; basta que me escutem, se quiserem… Desculpem, parecia-me que os meus cabelos se tinham posto em pé; mas não foi nada, porque com as minhas mãos consegui facilmente fazê-los voltar à primitiva posição.
Aquele que canta não pretende que as suas narrativas sejam coisa desconhecida; pelo contrário, louva-se de que os pensamentos altivos e maus do seu herói estejam em todos os homens.»
(Lautréamont, 1983, Cantos de Maldoror, Lisboa, Fenda, p. 17, tradução de Pedro Támen)

23 dezembro 2005

Bookmarks 2

«Pugilista e cozinheiro: Na altura do Natal, deixa a cara dos adversários feita num bolo rei.»
(Melancómico, 14.12.2005)

Bookmarks

O tempo não pára, mas admite bookmarks, quando se criam pequenas pérolas...

20 dezembro 2005

Como te chamas?


Também há pinheiros, azinheiras, oliveiras e até medronheiros (e com bons medronhos) – parece-me que uma das oliveiras também fica deste lado… Mas esta árvore que não conheço é que me não sai da vista. Comprometo-me a trazer para aqui uma folha para que me ajudem a encontrar-lhe o nome.

Como resistir?


É possível uma árvore convencer-nos a uma aventura séria? Pois esta convenceu-me.
É certo que andamos há algum tempo a procurar um sítio, a ver o que por aí anda, perguntar preços, essas coisas. Mas não vimos assim tantas. Não. Foi uma espécie de encantamento, como se esta árvore de tantos tons, que não se impõe pelo tamanho mas pelo estímulo aos sentidos, nos conseguisse fazer imaginar que viver sob a sua copa é uma coisa magnífica, que acordar e poder olhá-la, assim, quando se prepara para a hibernação, torna o Outono aprazível e a Primavera ainda mais desejada.

17 dezembro 2005

Nicolau, Nicolau…

Por trás daquele ar paternal e bonacheirão esconde-se uma fraude, digo-vos, uma fraude! Tão perigosa e ubíqua quanto os cretinos, os boys, os cunha-dos deste mundo, em especial os daqui. É o Pai Natal e aquele imbecil palhaço, Ronald McDonald ou lá o que é. (Bom, e o Michael Jackson.)
Talvez eu não seja propriamente um tipo familiar, um tipo que se deixa amolecer por esta ternura comercial, mas a verdade é que já não suporto esses montes de banhas pendurados nas cordas de todas as varandas.
Porque é que a malta que gosta tanto de gastar dinheiro nessas coisas não se dedica aos desportos radicais? Compravam umas cordinhas de alpinismo no Aki ou no Mestre Maco, arranjavam uns fatinhos à maneira – as banhas já lá estão, a julgar pelas estatísticas – e treinavam de PN durante uns tempos. Já agora, se queriam iluminar as ruas podiam esquecer as mangueiras de lâmpadas musicais e começarem por ser mais simpáticos com os vizinhos, mais atenciosos com as crianças nas outras 50 semanas do ano, preocuparem-se mais com os outros e com o Mundo, não mandar lixo para o chão, andar menos de automóvel e mais de pernas, etc.

13 dezembro 2005

Eu quero!

09 dezembro 2005

10 anos de Paulo Ribeiro


A quem ainda não viu, a minha sugestão é que tente não perder. Memórias de um Sábado com Rumores de Azul é um espectáculo que revisita algumas das obras iniciais da Companhia Paulo Ribeiro, com música ao vivo de Nuno Rebelo e Vítor Rua. Após o espectáculo há um curto espaço de intimidade promovido pelos artistas, em que o público é convidado a expressar-se, estimulado pela apresentação da companhia ou por alguém que dá o mote para uma conversa informal e que, decididamente, nos permite (a mim permitiu…) ultrapassar uma certa barreira que parece existir entre a primeira fila e o palco.
Visto no renovado Teatro Virgínia de Torres Novas (também a visitar), o espectáculo segue para Santarém (Sá da Bandeira, 10.12) e para o Porto (São João, 16 e 17.12).

Cin City

«Engraçado demais observar a percepção que outras pessoas têm da gente. A menina que faz a direção de arte - e fica na sala comigo – tava ouvindo som sem fones de ouvido quando cheguei hoje de manhã. Ela é um docinho, educadíssima, e me perguntou se eu me incomodava com o som, eu disse que não e ela continuou ouvindo. Até começar uma música cuja letra dizia algo como “the neighbors complain of the noise above / but she only comes when she’s on top”. Ela ficou meio sem gracinha e imediatamente botou os fones, provavelmente achando que uma senhoura de idade como eu deve ficar escandalizada ao ouvir essas coisas. Hohoho...» (Cin City, 08.12.05)

07 dezembro 2005

Template


A disseminação simples, rápida e epidémica destas grandes artes que prometem curas milagrosas e resultados em tempo recorde, digna de figurar, também ela, no Guinness Book of World Records, não é mais do que o sucesso de um template, a que basta juntar um nome, se possível ridículo, e, digo eu, uma pitada de 24horas e Kléber. Não falha.

06 dezembro 2005

Esporte, História e Sociedade

«Criada no Brasil, a Maratona teria apenas 590m, e se cumpriria sambando.» (Dies Iræ, 21.10.2005).

Pedra de Roseta


É claro que podemos sempre recorrer ao inefável Professor N. Fa o mais rápido possível e, embora não saibamos em que categoria se encaixa a tradução dos incontáveis cadernos de viagem, acreditamos que ele irá resolver todos os nossos problemas.

O antropólogo inocente


Já passou bastante tempo desde que alguém me apresentou o livro de Nigel Barley. Não cheguei a lê-lo quando pude, agora não o tenho comigo. Mas um destes dias retomo a procura. A última deu resultado. Encontrei o António Pocinho em Caxemira. Como bom antropólogo, tratou de desaparecer por entre os autóctones e, dizem-me, foi tão bem sucedido que traz centenas de cadernos Moleskine escritos na que é agora a sua língua materna. Não sei como faremos para os ler, talvez só nos reste seguir-lhe a rota e embrenharmo-nos nesse território esotérico.

02 dezembro 2005

O mistério da defesa

«Saiu-me um político nos corn-flakes. Um político que eu já tinha. Perguntei aos colegas lá na cantina se não tinham nenhum político para a troca, mas descobri que todos eles já tinham governo formado. Cada governo dava direito a um povo. Havia colegas meus que até já tinham vários povos e estavam a formar confederações e uniões. Um tipo que trabalha no aprovisionamento ainda me propôs um presidente para a troca. Mas para que preciso eu de um presidente se quando me sair um militar os invado a todos?»
(António Pocinho, 1999, Os Pés Frios Dentro da Cabeça, Fenda, p. 24)